sábado, 3 de fevereiro de 2018

Sábado – IV Semana –Tempo Comum – Anos Pares 3 Março 2018



Sábado – IV Semana –Tempo Comum – Anos Pares
3 Março 2018
Primeira leitura: 1 Reis 3, 4-13

O autor sagrado realça em Salomão três facetas: sábio (cc. 3-5), construtor (cc. 6-9), rico (c. 10). Mas a mais importante das três facetas é a sabedoria. Essa sabedoria abarca todos os campos: a governação (cf. 3, 16-28), as letras e as artes. Essa sabedoria é dom de Deus, fruto da oração. E a oração do rei é a melhor prova da sua sabedoria. A oração de Salomão, no santuário de Guibeon, é sábia e inteligente.

 Por isso, agradou ao Senhor. Não foi uma oração egoísta, mas uma oração em que pediu a Deus bons critérios para julgar e para discernir o bem e o mal, para governar com justiça.

A narrativa do sonho de Salomão tem o estilo das lendas populares. O protagonista aparece como um herói positivo, que segue a lei de Deus e oferece sacrifícios ao Senhor, podendo, por essa razão, pedir o que quisesse (vv. 4s.). Na sua oração, o rei usa a linguagem sapiencial e profética: pede «um coração cheio de entendimento», para fazer justiça ao povo, e «para discernir entre o bem e o mal»
Tal como nas lendas, o pedido do rei agrada a Deus e é atendido. Mas, com a sabedoria, Salomão recebe também a riqueza e a glória.

Evangelho: Mc 6, 30-34
Na segunda parte do seu evangelho (6, 30-10), Marcos diz-nos que Jesus, apesar de galileu, é profundamente universal: dirige-se aos outros, aos afastados, aos gentios; mas não esquece os clássicos, os eleitos.

Os Apóstolos vêm dos seus lugares de trabalho e contam a Jesus o que fizeram. Jesus escuta-os, mas não quer vê-los cair no triunfalismo do muito que fizeram e fazem, nem no activismo de quem se entrega às coisas do Senhor, esquecendo o próprio Senhor. Por isso, lhes diz: «Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto e descansai um pouco».

 É um momento de intimidade entre Jesus e os seus, um convite ao repouso e ao recolhimento. A comunidade dos Doze, com Jesus no barco, recompõe-se e renova-se em vista da secção dos milagres e da dupla multiplicação dos pães. Estes milagres são preanunciado e introduzidos com a referência à necessidade de alimento, material e simbólico: os discípulos «não tinham tempo para comer» (v. 31); as multidões «eram como ovelhas sem pastor» (v. 34).

É uma pena que a tradição os retiros e exercícios espirituais se tenham convertido em outras coisas que nem sempre contribuem para o bem dos homens e para o bem da Igreja.

Salomão não é grande por causa da sua riqueza, nem por causa da sua sabedoria. É grande porque soube dirigir a Deus a oração justa. Com verdadeira humildade, implorou de Deus a sabedoria como o mais elevado dom, que só Deus pode conceder. Soube também pedir o discernimento: «concede ao teu servo um coração cheio de entendimento… para discernir entre o bem e o mal» (1 Re 3, 8).

Quanto precisamos da sabedoria para nos conduzirmos pelos critérios de Deus, e não pelos critérios do mundo em que vivemos! Se a obediência vale mais do que os sacrifícios (cf. 1 Sam 15, 22), quanto precisamos de nos habituar a discernir, sempre e em toda a parte, a vontade de Deus acerca de nós, das nossas comunidades e do mundo!
Os discípulos de Jesus, ao regressarem, contam-lhe os êxitos da missão que lhes tinha confiado: expulsaram demónios, curaram doentes (cf. Mc 6, 13).
Jesus, quase não lhes presta atenção, e aponta-lhes algo de mais importante: «Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto e descansai um pouco» (Mc 6, 31).

No mundo agitado em que vivemos, perdemos o sentido do repouso. Mergulhados em mil e uma tarefas, corremos desenfreadamente, sem reservarmos tempo para nós. Jesus lembra-nos que não podemos viver sem nos alimentarmos, sem repousarmos. São exigências da nossa condição humana que não podemos desprezar. A própria eficácia do nosso apostolado depende mais da graça do Senhor do que das nossas correrias e esforços.

 Precisamos de tempo para estarmos a sós com o Senhor, crescermos na intimidade com Ele, e apresentar-lhe as situações e as pessoas que encontramos no nosso apostolado. Sem nos alimentarmos na mesa da Palavra e da Eucaristia, a nossa vida definha e o nosso apostolado é estéril.

Senhor, dá-me um coração que saiba discernir a vontade do Pai, que saiba amá-la, que saiba cumpri-la pronta e generosamente. Peço-te esta graça por intercessão de Maria, a Virgem que sabia escutar, a Virgem do «Sim». Em cada momento, quer me convoques para a missão, quer me chames a descansar, direi como Tu e como Ela:: Eis-me aqui; faça-se!

Ajuda-me a fazer silêncio, sobretudo dentro de mim. Dá-me o gosto da solidão preenchida pela tua presença. Liberta-me do frenesim da acção e da busca extenuante do barulho e da confusão.
Que eu saiba escutar o silêncio. Que eu saiba ouvir a tua voz nas pequenas coisas de cada dia: no rosto do irmão, no encanto da natureza, nos trabalhos e na história, no repouso e no sono, quando tudo mergulha no silêncio e só Tu podes penetrar no íntimo dos corações.
Fonte: resumo e adaptação de um texto de “dehonianos.org/portal/liturgia”

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